MEC
Ático Vilas-Boas da Mota
Livro contando o folclore brasileiro da malhação de Judas e da serração da velha.
Com raízes na Idade Média e na história dos Judeus.
Nos leva ao tempo da Inquisição.
Os portugueses trouxeram até nós um rico acervo de superstições ( bruxos e bruxas, ritos exorcismos, medos, figura do diabo e seus intermediários.
A serração da velha acontecia na quinta-feira santa com o toque das matracas e serrotes. Eram também chamados serra-velho ou serra-velha. fazia-se uma boneca com enchimento de palha que era levada à casa de uma idosa da região. Era lido o testamento. Ao chegar à casa da velha escolhida a figura era serrada em duas e queimada. É um ritual de passagem, regeneração e renovação. Em muitos locais acontecia no carnaval. Era a maneira de repelir e afastar o mal. Morra a lei Velha ( Mosaica ) e viva a lei Nova a Boa Nova ( o Novo Testamento ).
A queimação de Judas tinha traços da reação da população cristã-velha diante do cristão-novo ou marrano. Antes do Judas ser queimado era lido o testamento do Judas. Era uma forma dos católicos se vingarem da traição de Judas a Jesus Cristo. O Judas era feito de capim, vestido totalmente, malhado com paus e queimado. Costume da semana-santa e malhado no sábado de aleluia. Também pode acontecer no Natal.
O cristão-velho era o cristão puro, conceito das populações portuguesas e espanholas durante a baixa idade média e moderna. São os descendentes dos judeus.
Cristão-novo ou cristão-converso designação dada em Portugal, Espanha e Brasil aos judeus e muçulmanos convertidos ao cristianismo.
Em 1492 são expulsos mais de 60 000 judeus que se recusavam a se converterem. Para ficarem em Portugal pagavam pesados tributos. Em 1497 são expulsos mas lhes é imposta a conversão para impedir a sua saída da região. Faltaria mão de obras e número de pessoas. Estes são os cristãos-novos. Houve então um massacre chamado Massacre de Lisboa. os fiéis à religião receberam o nome de marranos ( B'nei anussim (em português, "filhos dos forçados") que designa os descendentes de judeus convertidos à força (anusim) ou Marrano é uma expressão hebraica genérica e conceito historiográfico que se refere aos judeus convertidos ao cristianismo dos reinos cristãos da Península Ibérica que "judaizavam ) ou criptojudeus. Em 1536 foi instalada a Inquisição. Só em 1773 aparece a Lei extinguindo a diferença entre os cristãos.
veja mais sobre marranos em :
http://anussim.org.br/a-chegada-dos-cristaos-novos-e-marranos-ao-brasil/
O termo criptojudeu se refere aos judeus que praticavam sua fé e seus costumes em segredo, por receio de perseguições religiosas, ao mesmo tempo que publicamente praticam outra religião. Destes grupos destacam-se os xuetes das Ilhas Baleares, os marranos na Península Ibérica ou ainda os "neofiti" da Itália.
O criptojudaísmo também se confunde com outro termo, frequentemente utilizado para designar estas pessoas e grupos que compartilhavam está fé judaica em segredo, os Marranos2 , que também foi utilizado para nomear aos cristãos-novos em terras dos Novo Mundo (América), e não somente nos países ibéricos, aonde o esta designação nasceu de um termo ofensivo (do espanhol termo utilizado para designar o porco (suíno).
veja mais sobre criptojudeus em :
https://pt.wikipedia.org/wiki/Criptojuda%C3%ADsmo
Ático Vilas-Boas da Mota, professor, tradutor, filólogo, linguista, ensaísta, dicionarista, folclorista e poeta dos mais sérios, que tive a honra de conhecer em Brasília, na década de 1980, e o privilégio de poder privar de sua amizade fraterna nesses quase trinta anos de convivência.
Veja mais sobre o autor em
https://www.melodiaweb.com/460/janela-cultural/janela-cultural-prof-dratico-vilas-boas-da-mota
Devo dizer que achei o Livro muito bom.
Rio, 16JULHO2015
SolCira