sexta-feira, 15 de maio de 2020

Use água oxigenada


Você sabe os benefícios que a Água Oxigenada traz?

90% das pessoas não sabem, porque não é divulgado,
Por ser um produto de fácil acesso e que não dá lucro por ser muito barata!
Por isso, pesquisei muito e trago as informações que vão te auxiliar no dia-a-dia, acompanhe a lista de benefícios:

1- Mata os germes bocais 
2- Clareia os dentes (coloque uma colher de sobremesa de água oxigenada vol. 10 e faça bochecho, depois cuspa);
3- Tira os germes das escovas de dentes que causam gengivite e outros (mantenha a escova numa solução de água oxigenada);
4- Desinfeta as superfícies melhor que qualquer outro produto (excelente para banheiros e cozinhas);
5- Elimina fungos dos pés que causam chulé (utilize à noite sobre os pés, também evita frieira e outros fungos);
6- Evita infecções,
7- Desinfeta
8- Ajuda na Cicatrização (use várias vezes ao dia, alguns casos de gangrena regrediram com o uso);
9- Mata germes e outros micro organismos nocivos
10- Alivia o nariz que estiver com constipações, gripe ou sinusite (misture meio-a-meio com água pura e pingue no nariz, espere alguns minutos e assoar o nariz);
11- Ajuda manter a pele saudável (use no banho, pode ser usada em caso de Mico
12- Desinfeta roupas que tiveram contato com sangue ou secreções corporais (Deixe de molho numa solução de água oxigenada antes da lavagem normal);
13- Mata bactérias na cozinha, inclusive salmonela (após o uso dos utensílios, desinfete com água oxigenada);
14- Remove tártaro dos dentes (molhe a escova com a água oxigenada e escove normalmente, o tártaro sai aos poucos);
15- Descolorir pelos dos braços (aconselhável passar creme de óleo de amêndoas antes de iniciar o processo, use a água oxigenada vol. 40 + pó descolorante, passar sobre os pelos que deseja descolorir e aguardar entre 10 á 30 minutos, lave o local onde passou a loção, após o processo);
16- Clareia as manchas no rosto (passe toda noite com pequenos ?toques? em cima da mancha que deseja sumir);
17- Clareia as unhas ( coloque num pote água quente e uma tampinha de água oxigenada ou uma colher de sopa do produto, deixe suas unhas mergulhadas nessa solução por 10 minutos e retire. Obs: As unhas devem estar limpas e sem esmalte);
18- Tira água do ouvido (Pingue uma gota de água oxigenada e tira aquele efeito aquário, quando fica muito tempo na água da piscina ou do mar);
19- Deixa os pés lisos, livre de rachaduras (coloque 10 comprimidos de melhoral adulto + 1 vidrinho de glicerina médio + 1 vidrinho de água oxigenada, triture o melhoral num recipiente, até ficar em pó, acrescente os demais ingredientes, misture e tampe. Use á noite, antes de ir dormir);
20- Tira manchas de vinho e de sangue das roupas (pingue em cima da mancha e depois lave normalmente, proceda com água fria de preferência).

Não encontrei a autoria

Ave Maria


O texto latino clássico do “Ave Maria”, tão musicado por compositores de todo o mundo sofreu desde a sua origem, através dos tempos, um processo de variação e de alongamento, até chegar ao texto atualmente aceite na liturgia católica.
Na igreja ocidental foi usado como canto litúrgico a partir do século IV, mas apenas com as palavras registadas como  proferidas pelo anjo Gabriel, na Anunciação a Maria “Ave Maria, gratia plena. Dominos Tecum”.
A partir do século VII juntaram-lhe as palavras de Santa Isabel: “Benedicta tu in mulieribus et benedictus fructus ventris tui”. 
Na Antífona de S. Gregório Magno aparece pela primeira vez como Ofertório do Domingo IV do Advento.
No século XIV foi introduzida a terceira parte, que era diferente da actual redacção: “Santa Maria, Regina coeli, dulcis et pia, o Mater Dei, ora pro nobis peccatoribus, ut cum electis te videamus”.
E este texto começou a ser utilizado nos motetes polifónicos, a partir do século XV.
Foi no século XVII que foi adotado o texto usado atualmente, modificando a segunda parte: “Santa Maria, Mater Dei, ora pro nobis peccatoribus nunc et in hora mortis nostrae. Amen”
É muito importante atentarmos nesta modificações ao longo do tempo para encontrar manipulações de partituras antigas, que actualmente nos são apresentadas com textos que não pertencem à época em que foram escritas.
Inicialmente as peças gregorianas do Ave Maria pertenciam a lugares fixos dos Ofícios Litúrgicos, mas com o surgimento de versões polifónicas e principalmente a partir das obras dos compositores românticos (Mendelssohn, Liszt, Verdi, etc.) o Ave Maria converteu-se em motete independente.
O Ave Maria de Victoria: Foi o compositor, Tomás de Victoria nascido em Ávila, um dos primeiros que escreveu polifonicamente sobre o texto do Ave Maria. Mas deveremos falar de duas versões do Ave Maria, atribuídas a Victoria. A primeira, menos conhecida, é uma partitura para 8 vozes mistas e com texto próprio do século XV, igual á que compôs Palestrina para 4 vozes mistas. A segunda, a que universalmente se conhece como a Ave Maria  de Victoria, com o texto oficial actual.
O grande musicólogo Samuel Rubio publicou no IV Volume da sua obra “Tomaz Luis de Victoria/MOTETES” as duas partituras do Ave Maria. 
Ainda que nesta edição não faça nenhuma observação, no entanto, nos cursos de musicologia que orientou afirmava que é muito duvidoso que o famoso Ave Maria de Victoria seja realmente dele.
Razões:
a)     A tonalidade de Re em que está escrita não usual em Victoria.
b)    A cadência plagal encontra-se cortada em dois acordes, caso único em Victoria.
c)     Entre 1583 e 1603, vivendo Victoria em Roma, for5am editados por Milán Y Dilinga os seus Motetes marianos e não se encontra entre eles esta partitura.
d)    Neste Ave Maria o texto de Sancta Maria é do século XVII.
e)     A cadência final está escrita em uníssono, algo raríssimo em Victoria.
f)      A autoria do Ave Maria de Victoria data do século XVII, depois da morte daquele compositor.

O Ave Maria de Arcadelt: Jakob Arcadelt, compositor holandês nasceu antes de 1514 e faleceu em Paris depois de 1557, distinguiu-se por ser madrigalista  com um estilo muito pessoal.
 Quanto à sua Ave Maria, ainda que não tão conhecida e difundida como a de Victoria, cabe-nos afirmar que, graças à sua estrutura harmónica agradável e de fácil aprendizagem, foi editada diversas vezes, nos últimos anos e é atualmente interpretada por muitos coros. 
No entanto é demasiado evidente que Arcadelt não pode ter escrito aquela partitura, uma vez que o texto utilizado é o do século XVII, época em que ele não viveu.
O musicólogo italiano J.A.R. Casimiri escreveu na revista “Note d’Archivio per la Storia Musicale” (1942) o trabalho “Uma canção verdadeira e uma falsa Ave Maria”. Explica a manipulação efectuada com esta partitura, que originariamente era uma canção popular.

O Ave Maria de Schubert: Esta popularíssima partitura tem gozado e continua a gozar do agrado geral, o que a coloca em lugar de grande destaque entre todas as outras. 
Por amor à verdade cabe-nos afirmar que esta Ave Maria não tem o sentido de que temos vindo a falar.
Schubert escreveu uma composição para voz e piano, em 1825, Op. 52 com o nome “Ellens Gesang I, II, III”, sob o texto do poema “The Lady of the Lake”, de Walter Scott, traduzido para alemão por Adam Stork. A terceira parte da obra é o Ave Maria. Aqui deixamos o texto original:
                   Ave Maria, Jungrau mild,
                   Erhöre einer Jugfrau Flehen,
                   Aus diesen Felsen starr und wild
                   Soll mein Gebet zu dir hin when.
                   Wir schlafen sicher bis zum Morgen,
                   Ob Menschen noch so grausam sind.
O Jungfrau, sieh der jungfrau Sorgen,
O Mutter, hör ein bittend Kind!
Ave Maria!

Ave Maria! Doce Virgem,
Escuta a prece de uma jovem
Daqui deste lugar inóspito,
A minha oração deverá chegar até ti.
Nós dormimos até amanhecer
Apesar da crueldade dos homens.
Oh Virgem, olha
As desditas desta jovem,
Oh Mãe, ouve
A uma filha que te pede!
Ave Maria!

O texto continua, repetindo-se pela terceira vez o tema musical.
 O acompanhamento é somente pianístico.
Franz Schubert não tinha intenção de escrever com esta obra uma partitura religiosa, das mesma forma que não o são as outras duas primeiras partes da sua Op. 52, “Ellens Gesang I, II, III”. Em  1842 o seu irmão Ferdinand Schubert converteu esta peça numa versão orquestral, de forma a poder interpreta-la numa igreja. Depois, multiplicaram-se as adaptações por “arranjadores” completamente estranhos ao compositor, adaptações corais ou com solista, com diversos e variados textos, e entre nós latim e castelhano, normalmente mal adaptadas.

A Ave Maria de Gounod: Está fora de questão que esta partitura deu uma enorme celebridade ao compositor parisiense Charles Gounod, que inicialmente a escreveu como “Meditação sobre o primeiro prelúdio de Bach”. Face a este facto justifica-se uma análise cuidada da sua génese e popularização.
Vamo-nos servir para este desiderato de uma linhas escritas por um dos seus biógrafos, Camille Bellaigue: “Melodia muito fácil com duas ou três páginas apenas, a Meditação sobre o primeiro prelúdio de Bach, muito fez, talvez mais do que seria lógico, pelo glória de Gounod ... Sains Saëns referiu, com muito espírito, as transformações e deformações por que passou esta pequena peça. No princípio apenas se tratava de uma melodia para violino, acompanhada pelos acordes, em harpejo do piano, tal como acontece num prelúdio clássico, no entanto «um coro a seis vozes, cantando em latim, fazia ouvir misteriosamente, fora de cena, os acordes que suportavam a melodia.
 De seguida foi o coro eliminado, sendo substituído por um harmónio; .... após o que se juntou uma orquestra, sem esquecer os bombos e os tímpanos ... e o público delirou com este monstro.”
Esta adaptação mostra-nos do que era capaz Gonoud ... 
O velho Bach eventualmente teria aplaudido a ardente cantilena que nasceu a partir do seu impassível prelúdio. 
De certeza esta melodia não se assemelha, de forma alguma com esses acordes ... No entanto, uma vez que nasceu a partir deles ... encontrava-se imbricada neles e por isso, responsabilizada por eles.” (Edit. Tor, Buenos Aires, 1942).
O Ave Maria de Uzandizaga: Esta partitura, extraída da Pastoral Lírica Basca “Mendi mendian” que é tão popular no País Basco, tem também uma história.
Devemos informar que “Mendi mendian”, a quando da sua estreia continha partes faladas. 
Na parte cantada era utilizada a língua basca (Euskera) e nos diálogos era utilizado o castelhano.
 O texto original, que foi todo escrito em castelhano era de José Power. 
A versão das partes cantadas em basco era de José Artola, nascido em S. Sebastian, nome que nunca aparece nas edições daquela peça.
A ideia de suprimir as partes faladas e de transformar a Pastoral Lírica numa ópera exclusivamente cantada, foi de Francisco Gaskue.
No que se refere à célebre Ave Maria, cabe-nos afirmar que nos primeiros manuscritos de José Maria Usandizaga, esta partitura não era uma Ave Maria, mas apenas uma oração à Virgem.
Na Pastoral um grupo de romeiros em festa visita uma ermida nas redondezas da aldeia, entram nela a cantam à Virgem a seguinte oração:
                   Ama Maria, eder zerana
                   zoragarria besterik ez da ...
                   Zu beziñ garbia, Zu zera beti
                   biotz bera da biguña
                   Zu begira emen gaude;
                   erruki zaite guzaz oparo,
                   artu eskariak samurkiro
                   ta lagundu gero. Amen.

Nos manuscritos de José Maria Usandizaga existe uma cópia da oração à Virgem com o texto em basco, que acabamos de transcrever. 
No entanto, existe uma cópia do Usandizaga com o texto em latim do Ave Maria, versão que foi publicada e é aquela que normalmente é utilizada. 
Ignoramos que razões teve o compositor para introduzir esta modificação.
O que não existe qualquer dúvida é que a peça foi imaginada com o texto em língua basca, e que posteriormente foi introduzido o texto latino.
Com estas breves linhas não se teve qualquer outro propósito, senão “avisar” os utilizadores das Ave Marias mais populares para terem uma ideia dos caminhos que pisam.
São muito os compositores bascos que musicaram este texto tão famoso e todos eles deixaram a sua obra aos interpretes sem qualquer complicação: Hilarión Eslava, Felipe Gorriti, Nemésio Otaño, P. Donostia, Jesús Guridi, Luis Irruarrizaga, Norberto Almandoz, Luis Aramburu, Luis Urteaga, Francisco de Madina, Tomas Garbizu, Lorenzo Ondarra, Javier Busto e um enorme etc.



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quarta-feira, 6 de maio de 2020

A noite vai chegando

A noite vai chegando
A noite ainda não chegou
A tarde cai sobre mim
O brilho e fulgor do meio-dia se foi
O fogo do sol ficou ameno
Nos olhos brilham as luzes das lembranças
Nos cabelos já carrego o dourado do entardecer
E já se deslumbram os fios prateados da lua Luz do sol refletida
Calor morno da noite que se aproxima
Na tarde em que estou agora
Ainda posso realizar alguns projetos
Mas não posso impedir que a noite se aproxime
Tenho que compreender que do dia a noite vem
E tudo passa e se transforma
Beleza e amor se modificam, adormecem
Os sentidos se acalmam frente à noite que chega Implacável e lenta
No auge da meia-noite outro sol irá brilhar
Onde ??
Em qualquer lugar..
.. se este lugar existir...!!!
Se eu encontrar este lugar !!!!
Não sei !!!
Novo amanhecer nos raios de um novo sol
Que acontecerá com certeza
Mas que só poderei saber ou sentir
Quando lá chegar !!!
SolCira
11Março2012
Poema do Livro Só 4

Feliz aniversário

Feliz aniversário
Qual a cor da tua pele??
Branca? Negra? Vermelha? Amarela?
Não sei.
És uma mistura que nem sei.
Te chamam de mulata. Parda. Morena.
Teu cabelo??
São as ondas crepitadas das águas do mar.
Teus olhos ??
Castanhos, luminosos, refletem o dourado do sol.
Teus lábios??
Carnudos, acobreados.
O corpo balança ao ritmo marcado no sangue ancestral no molejo dos quadriz, remexedores, envolventes.
Os pés pouco tocam o chão e fazem teu corpo voar deslizando ao ritmo quente dos tantans.
Os tambores marcam tua vida, tua alma e dão a todo teu ser a garra para vencer.
Teu sorriso??
Ah!!, O teu sorriso. É farto, branco, brilhante, matreiro, conquistador.
Nos olhos cintilantes trazes um não sei o que de melancolia, tristeza e saudade.
Saudade de uma terra tão distante em mares nunca vistos por este teu olhar.
Sim, quem és tu ???
Sei que trazes contigo esta alma africana que habita neste Brasil vermelho, verde, azul, amarelo, na mistura de outras cores, de outras raças.
Neste Brasil que te tornou assim : ritmo, embalo, mistura, saudade, suor, sangue, cor, pele, cabelo ...
Que se tornou teu lar, tua terra, teu lugar, que te fez ser raça brasileira,
Só, tão e somente só, Raça Brasileira.
11NOV2011
SolCira
Para Cyntia Santos de Almeida
Feliz aniversário

Cor Negra

Cor Negra
Falo da cor negra
Da negritude da noite
Onde cintilam a lua e as estrelas
Da negra cor dos olhos da criança,
Do esmalte da unhas,
Da graxa escorregadia,
Da terra adubada.
Falo da cor negra
Do batom que enfeita a boca,
Do negro dente estragado
E da dor lancinante.
Falo da cor negra
Da roupa que festeja a vida,
Que chora a morte
Na moda do corpo.
Falo da cor negra
Do brinco, do cordão e do anel
Na elegância da vestimenta.
Falo da cor negra
Do sapato, da bolsa, da calça,
Da meia e da meia-calça.
Falo da cor negra
Que aqui chegou nos navios infestados, infectados
Da cor escravizada
Que povoou esta terra.
Falo da cor negra
Que brilha nesta raça forte,
Ainda discriminada.
Raça que carrega nas palmas das mãos,
Nas solas dos pés, no brilho dos dentes,
Nos olhos saudosos a cor branca de seus irmãos.
Falo da cor negra
Lustrosa, luzidia de eterno labor,
Curtida de sol, suor, trabalho, calor.
Falo da cor negra
Que embalou reis, rainhas, senhores, senhorinhas,
Abrindo caminhos, plantando, colhendo, lutando, dançando
E que traçou o destino de nossa Pátria gentil.
11NOV2011
SolCira

Minha Prece

Minha Prece
Ao pé da cruz
Joelhos ao chão
Olhos fixos no rosto
No rosto amado do meu Senhor
Totalmente iluminada
Pela luz de seu amor
Senhor eu não sei rezar
Senhor ao pé da tua cruz
Perdida estou na solidão
Que em mim está.
Senhor
Não consigo ver a luz do teu olhar
Devo parar de reclamar
De culpar o meu irmão
Me acalmar
Modificar meu coração
Devo me olhar em tua cruz
Ao irmão eu desculpar
E no Espírito que me envias
Poder descansar.
Estou na cruz
Na cruz com meu Senhor
Tentando entender
A dor na tua cruz
SolCira
27Jan2012

Olhando é que se vê

Olhando é que se vê
Escrever um texto?? Como escrever um texto??? Por que escrever um texto??
Gosto de escrever algo em forma de texto.
Contar do brilho no chão causado pela iluminação proveniente do teto.
Olhar a diversidade das pessoas que passam : seus corpos, o modo de se vestirem, os penteados, os braços balançando para frente e para trás, o andar agitado, gingado ou não, o pisar torto, desregulado, na bípede instabilidade do ser humano.
Aprecio a ornamentação local.
Vasos de barro brilhantes, coqueiros ( verdadeiros ou não ) , antúrios, palmeiras e outras variedades suculentas que não conheço.
E a ornamentação local ?
Vozes diversificadas.
Odores em geral, variados, secos, doces, amargos.
A escada rolante sobe e desce ininterruptamente.
A criança que grita querendo um não sei o que. Perturba insistentemente papais e mamães irritados com a gritaria.
O homem gordo usa bengala, será que seus joelhos não suportam mais seu peso exagerado??
A mulher idosa está com sacolas coloridas penduradas nos ombros.
Shorts, calças compridas, camisas, camisetas, sandálias, sapatos, tênis chuleirentos.
Mochilas, bolsas. bolsinhas, sacos, sacolas e celulares, muitos celulares.
Ah!!! e chapéus, bonés, faixas nos cabelos, laços, lacinhos, laçarotes....
Ao fundo o segurança, de terno preto, gravata e crachá, muda o peso de seu corpo direta, esquerda, deve estar com alguma dor no corpo mas está atento.
E os cabelos, isto sim é legal, longos, curtos, tranças, coques, rabo de cavalo, vermelhos, azuis,
trancinhas aos milhares, brancos, cinzas, jubas, arrepiados qual filme fantasmagórico, carecas...
Acho interessante usar óculos na cabeça, ou na testa. Penso se isto funciona para enxergar melhor.
Bebês, crianças, adolescentes, idosos num amontoado geral.
Casacos amarrados na cintura, acho que o traseiro está com frio.
Ouço vozes com seus diversos comentários, sons variados num tremendo burburinho. muitos semblantes sorridentes, outros muito carrancudos, alguns até gritam com suas parceiras.....
Ouço o canto de um passarinho é um som mentiroso, eletrônico que vem lá de fora, da rua, dos vendedores ambulantes que rondam o shopping.
Saio dali e me misturo ao rebuliço local.
Para onde vou???
Sigo um caminho que nem sei onde vai parar....

Livro Só 04

terça-feira, 5 de maio de 2020

Meu Fofão


Meu Fofão
Os segundos se transformaram em horas
As horas em longos meses de saudade
Os minutos foram de tormentos aumentados em incredulidade e amor
Você se foi muito rapidamente
Ouvi vozes às quais segui
E me condeno por isso
Você me enviou poucos sinais e nada percebi de errado em teu corpo tão lindo
Só teus olhos entristecidos
Cansaço?  Poderia ser!!!!
As vozes me diziam para eu esperar ... e, eu esperei mais um dia
48 horas se passaram após seu divertido passeio fugitivo ao lado dos seus
Correu alegremente   16 patinhas alegres, orelhas balançantes, língua rosada pendente  lateralmente
Ao meu chamado, chegam as 16 patinhas até mim
Nada errado, tudo certo   última refeição   última noite   descanso natural
No sol escaldante do novo dia te encontrei mais perto de mim
Te observei melhor e as vozes diziam : normalidade
Não, nada normal   procurar socorro
De início nada concreto   exames foram iniciados
No exame de sangue aparece o problema   desidratação já avançada
Vi teu sangue engrossado   quase parando de circular   sem salvação
Silenciosamente tudo estava parando
Sem dor, sem lamento   seus últimos momentos foram em seu lar
As 04 patinhas procuraram um local fresco
Olhar atento à minha presença
Ao nascer o novo dia você já não estava mais em nosso meio
Teu corpo ainda morno, relaxado
Minha Ana Fofa linda   Meu Fofão calado descansando para sempre
Arisca, contadora de casos, desconfiada, super amiga
Sempre minha amiga Ana Maria Fofa.

SolCira
25 de setembro de 2018

Livro Só 04

segunda-feira, 4 de maio de 2020

Minha Laranjeira


Minha Laranjeira
Há mais ou menos 05 anos atrás degustei uma saborosa laranja. Adocicada mas, não muito. Vida fervilhando em cada gomo. perfeita acidez. Odor delicioso. Ao primeiro olhar fiquei encantada. Ao ter contato com a fruta meu corpo sorriu e com prazer exultou. Indescritível sensação tomou conta de meu ser ao degustá-la. Reverenciei à natureza que se faz em alimento. Agradeci à Deus pela oportunidade de saborear esta fruta, de poder vê-la, sentí-la dentro de meu corpo. Minha mente exultava em prazer. Meu corpo estremecia ao seu sabor. Separei dela as sementes e de sua casca fiz um poderoso doce .Eu e a laranja ficamos unidas e nos sentimos parte uma da outra. As sementes foram para um vaso com terra e depois de um tempo, uma semente especial explodiu em vida. Lançou ao céu suas primeiras folhas. perfurou a terra com sua raíz diminuta, forte e determinadamente se fixou ao solo buscando nele seus nutrientes. Todos os dias acompanhei o crescimento dela. Acariciei suas primeiras folhas e seu tronco fino e delicado. Seu crescimento foi lento mas seguro. Conversar com ela era e é divertido. Assim, ela cresceu. Folhas de fresco verdume e odor inigualável. Muitas vezes pedi 03 folhas e fiz um chá delicioso. Outras vezes, usava 01 folha como perfume. Querida laranjeira cuja semente esteve em minha boca. Como um filho que precisa de espaço para crescer, minha laranjeira também assim precisou. Temerosa, levei-a para a calçada em frente a minha casa. Conversamos antes disto. Ela era um bonzai natural fixado em um balde azul. Ali na calçada ela não ficou só. Outras árvores já minhas conhecidas estavam lá e a minha espada de São Jorge também. Sei que foi difícil para ela se convencer de sua potencialidade. Acostumada num balde como casa se sentiu temerosa durante algum tempo. Ali ficou uns anos quietinha mas, todos os dias eu passava lá. retirava insetos que queriam se hospedar nela. Regava-a. Vi seu tronco tomar força e vigor. Ela estava consciente de não ser mais um bonzai e que estava livre para crescer e frutificar. Vi seus primeiros espinhos aparecerem qual agulhas pontudas, proteção natural das laranjeiras. Há um tempo atrás batemos um belo papinho : disse-lhe que achava que eu não teria tempo para ver-lhe flores e frutos. Seu crescimento lento, sua infância e adolescência eu já havia visto mas, achava que sua fase adulta e fértil eu não presenciaria. Setembro chegou ( 2016 é o ano ) . Meu aniversário é dia 11 de setembro. Faço 67 anos. Hoje é dia 05 de setembro de 2016 e recebi meus primeiros presentes de aniversário. Minha laranjeira está florindo. Estou emocionada. Flores pequenas, brancas, lindas onde abelhinhas vêm buscar o doce pólen. Algumas flores já estão dando origem aos frutos miúdos, verdinhos, uma pequenina bolinha que irá se transformar numa laranja. Querida laranjeira, filha adotiva, agora adulta. Cresceu, mostrou seu vigor, sua altivez. Que mais posso querer como presente? Agora estou esperando o crescimento de suas frutas mas existe uma preocupação. As crianças terão respeito e deixarão suas frutas amadurecerem ? Crianças são curiosas e alguns adultos também. Como encarar o perigo que suas frutas estão correndo? Vou tentar protegê-la para que seu ciclo se complete. Ah!! esqueci de contar que ela já abrigou um ninho de passarinhos e já começa a dar sombra fresca aos que passam pela calçada.
Obrigada laranjeira pelo presente que você me ofertou.
Obrigada a Ti, Deus de meu coração por me ter encantado com aquela bela laranja no supermercado.
Presente de Deus, presente de visa, presente da vida.
SolCira
2016

Livro Só  04

Era isso que eu temia, ele é poderoso


Era isso que eu temia, ele é poderoso.
Eu vi e não vou contar mas, se enrola como uma serpente subindo no corpo, na alma da gente. 
Gelando, petrificando, fazendo a carne tremer no sombrio desejo de amar. 
A água escorre na pele provocando fumaça no espelho. 
Seja lá o que te persegue não se encontra aqui. 
A fé que você quer está no rosário em teu pescoço e na cruz entre teus seios.
 A escuridão que havia se foi dissolvida no batom que avermelha tua boca. 
Máscaras de vivos olhos perseguem teu andar. 
A escultura prateada vira seu rosto em sorriso debochado, fala, troca a espada por uma caneca sanguinolenta. Adormecido o corpo, a mão se deleita em prazerosos toques.
 O grito atordoante se espalha . 
O cão que late e assusta os ouvidos envolvidos em um sussurrante falar.
 Ele sabe onde você está e te persegue, não há onde se esconder, onde calar os gemidos ressonantes. 
A janela é fuga, libertação da prisão dentro e fora do quarto ameaçador. 
No rosto de dourado angelical surge a voz satânica do mal. 
O corpo se eleva possuído, não se debate e, com serenidade pousa sobre os brancos lençóis.

 SolCira
2013
 Após assistir O último exorcismo parte 02

Livro Só 04

domingo, 3 de maio de 2020

Quarto andar de um lugar qualquer


Quarto andar de um lugar qualquer
Quarto andar de um lugar qualquer
Limpeza, luzes, vidas diversas
Cheirinho de pipoca, cachorro quente, sorvete, salada de frutas
Dois grandes restaurantes em perfeita ebulição
As escadas rolantes sobem e descem sem parar
A clara-bóia ilumina, dá brilho, chama a alegria, ao bem estar
Ao chegar uma olhada rápida ao centro
Dali, encostando no para-peito você olha para baixo
A perspectiva é forte, vai ao primeiro andar
Visão extraordinária     O olhar é rápido, assusta     O desejo de voar, abolir distâncias
Chegar mais rápido que todos
Ser o primeiro no primeiro andar
É envolvente     É liberdade     É deixar tudo para trás
É cair... cair... sumir... acabar
O som surdo no chão do primeiro andar
O sangue vermelho se espalha no piso brilhante
O corpo do homem quadriculado marca a história de Natal
Ali, para sempre, uma lembrança
Ali, milhões passarão em cima da vibração da morte
Pisarão o local da desesperança     Nenhum marco será ali levantado
Simplesmente alguém se jogou do quarto andar e morreu
Morreu de amor, de paixão, de desejo, desventura
Na tarde luminosa, no chão luminoso
Na luz de uma alma que se esvai em luz para a luz
SolCira
22DEZ2017
Livro Só 04

O que tem a comunicação com o rio


O que tem a comunicação com o rio
Sei que a comunicação não pode ser estanque e ela varia como varia a sociedade ,com a atualidade  tecnológica, com o local onde vivemos .Antigamente, e isto não é tão longe assim, a comunicação era feita através de cartas ou recados enviados oralmente ou por bilhetes.
Nas escolas eram ensinados a escrever uma carta e bilhetes a amigos. Bilhetinhos para lá, bilhetinhos para cá.Comunicados assinados, datados, cartas longas, curtas, cartões postais.O rádio era a novidade e vi " o rádio de pilha " entrar nos ombros de meu pai que, sorria dando um susto em mim e em minha mãe.
Rádio que nos acompanhou durante anos seguidos. O tamanho qual um tijolo, cor de papel pardo não muito escuro, couro cobrindo toda a superfície. Tinha uma alça para segurar e enfeites dourados. O dial era uma grande circunferência transparente. As pilhas eram enormes e o som bem alto. Nunca precisou de concerto e um belo dia parou. Ficou enfeitando o armário até que não o vi mais.
Como tudo na vida há um tempo determinado para findar.
Morávamos perto de um rio. Em suas margens eu brinquei com outras crianças, vi peixinhos, os famosos barrigudinhos mas haviam também os coloridos, com caudas longas bamboleantes. Do outro lado da margem caminhões pegavam areia. meu pai dizia que era para ser usada em obras. Era bom sentir o sol morno e brincar em suas margens de areia branca.
Interessante. Hoje este rio está manilhado, desapareceram as margens, os peixes, a vegetação. Nos pés de mamonas nós fazíamos guerra. haviam frutinhas que chamávamos de uvinhas do mato e que eram adocicadas. E o melão de São João Caetano com suas semente vermelhinhas era uma douçura. Os talos das folhas da mamona seriam para atirar bolinhas de papel ou fazer flautas mágicas.Quando a chuva era forte demais o rio enchia, trazia cães, cavalos, armários, troncos de árvores. Muitos animais não conseguiam sobreviver à sua fúria, a água ficava escura, tremendamente escura. Muitas vezes nossa casa chegou a ser inundada e me lembro que certa vez meu pai me colocou em cima da mesa para que eu ficasse protegida das águas do rio. Depois que as água baixavam íamos ver o que havia sobrado. O rio virava um mar em fúria e depois se acalmava.Assim como eu ia até ele ele vinha até mim. Rio danado cheio de lembranças infantis, hoje encanado.
Em alguns lugares ele ainda aparece e me traz lembranças de um tempo que se foi e que só se encontra em um local escondidinho de minha mente.
Há algum tempo atrás passei por cima dele, tudo asfaltado, comércio e ruas foram abertas mas, tenho certeza que ele estava lá como ainda vai estar mesmo quando meu corpo se acabar.
SolCira
18/07/2016


Faz parte do Livro Só 04

Lembranças dentro de uma caixa de biscoitos


Lembranças dentro de uma caixa de biscoitos
Numa caixa retangular de metal, já envelhecida pelo tempo, antiga embalagem de Biscoitos Aimoré, traz guardado em seu interior pequenas lembranças de vida.
Esta caixa tem por mim reverência pois é muito mais idosa que eu. Caixa de Pandora.
Sua tampa mostra esmaecida a figura de alguns papagaios verdes, vermelhos e azuis.
Abri-la é minha intenção e pela curiosidade que causei em você irei contar algo de seu interior.
Esta é uma das caixas que me acompanha desde criança. É a primeira que abrirei.
Ela oferece resistência mas consigo abri-la.
Aparecem retratos, postais, negativos ( se você não sabe, negativo é a revelação de uma foto numa película semi-transparente ), etc.
Contar algo destas fotos é um exercício de grande prazer, mas também de tristeza.
Em fevereiro de 1969, Celio participou de uma viagem à Bahia e aparecem aqui algumas fotos marcando esta viagem, a primeira é a Igreja de Monte Serrat, o farol, o forte, o Pelourinho, a Catedral de Salvador.
Posso ver o olhar entristecido que mostravas nas fotos, e creio ser por estar longe de mim..
Aparece uma série de fotos feitas em novembro de 1969 onde Célio esteve em Curaçao, Porto Rico, etc.
Esta viagem foi feita à bordo do NAEL Minas Gerais.
Uma galera de sunga e óculos escuros aparece sorridente pegando um solzinho em meio à viagem, na pista do Navio Aeródromo. Achei interessante a foto de Célio à frente de  um avião que está no navio, um brutamontes com as asas dobradas para cima. Pasmem, para caber vários aviões no navio as asas são móveis e podem ser dobradas como se fossem brinquedinhos ( hoje penso nos transformers ).
Ri muito quando ele mostrou uma foto com mais 04 colegas. Eles estavam num bar, disse ele que era o único bar aberto às 24:00 para que eles pudessem tomar um refrigerante. Olho bem a foto e vejo que realmente a mesa tem refrigerante. Um bando de marujos, fardados de branco, à meia-noite, num bar em Curaçao, tomando refrigerante. Esqueci um detalhe, uma vitrola, destas de bar, onde se coloca uma moeda e se escolhe a música...
Nesta viagem ele registrou o abastecimento de óleo feito no A11 Nael Minas Gerais pelo Petroleiro G27  Marajó, em alto mar.
Numa outra série de fotos aparece uma viagem à Espanha e Portugal. O frio intenso mostravam os marujos enluvados, em seus uniformes de cor azul-marinho, no cais de Lisboa onde se vê o Museu da Marinha em Lisboa e um jardim onde vejo uma estátua que eles acharam bonita, um homem peladinho, sentado numa pedra olhando interessado alguma coisa que segura em sua mão esquerda. De longe e pelo amarelamento da foto posso ver a força da musculatura e dos pequenos detalhes da estátua.
Na Espanha, mais correto em Cadiz, eles passaram pela Praça das Pombas, fazendo jus ao nome pois várias pombas estavam ali ( pombas racionais e irracionais ). Uma diversão a mais para os pobres marujos, longe de sua pátria mãe. Eles estavam de braços cruzados e muito indignados pois uma senhora passou e parou no exato momento da foto. Se fosse uma das palomitas da praça eles estariam mais contentes.
A máquina de retratos era automática e com um dispositivo temporizador e numa das fotos, após algum tempo esperando o clique da foto, Célio achou que estava demorando muito e se dirigiu até a máquina, só, que então clik. Foto pela metade.
Que impaciência, meu amor. A máquina te pegou numa surpresa.
Numa das fotos há um passeio de charrete pelas ruas de Cadiz mostrando várias crianças ao redor deles que jogavam moedas brasileiras, ao avanço. Crianças e marujos em plena diversão.. Nesta foto noto as casas com varandas floridas.
Voltando para o Brasil houve uma parada na Bahia, uma visita ao Pátio da Faculdade de Medicina, ao Museu de etnologia e uma linda estátua que parecia com Netuno com uma sereia.
Um amigo que conheci nesta época foi Arnaldo, nossa amizade ficou por longos anos. Ele, Josira e Bruno são pessoas que vivem em minha recordação.

SolCira
2016


Livro Só 04